Quem me conhece sabe: não sou muito de usar palavras de baixo calão no dia-a-dia. Mas convenhamos que a palavra escolhida para compor o título do artigo, há muito já não figura o rol de palavras proibidas no ambiente organizacional. Já ilustra inclusive capa de livros best sellers, é sinônimo de atitude empreendedora, que aliás, sinto um regozijo ao pronunciá-la como se estivesse agredindo um saco de pancada vivo ou minha antiga bateria Mapex de 1998. Em suma, foda-se o título!
O que eu quero dizer é que depois de mais de 4 meses nesse estado de quarentena, voltei a conseguir pensar em escrever um blog e a produzir conteúdo. Não porque eu não quisesse ou a criatividade minguasse, mas por que essa quarentena escrota (desculpe pelo título) me fez escolher ser pai, esposo e priorizar a família em mais de 50% do meu tempo…não que eu não o fosse 100% do tempo! Me explico…Pode soar egoísmo da minha parte ou uma sensação de obrigação litigiosa, pois ser pai não está relacionada às circunstâncias do ambiente, ciclones, gafanhotos. Seja qual for a situação, estamos ali, plenos, inteiros. Somos pais sempre…e tudo bem. Escolhi ser pai e me orgulho, amo minha condição!
Resiliência é pleonasmo em 2020!
Meu descontentamento, no entanto, se dá em querer bancar o maioral afirmando ao mundo e a mim que a agenda está sempre cheia…pensei comigo mesmo! Preciso ser mais pai de alma e menos de corpo, pois não basta está ai onde você está se sua cabeça está no seu plano de ação repleto de pendências, no call daquele chefe chato que agendou uma reunião pra você às 09:00 do dia seguinte, bem na hora que seu filho de 3 anos costumeiramente acorda e pede sua atenção ou buscando mais trabalho, muito embora suas entregas estejam “em dia”. No entanto, você foi doutrinado a sempre dizer estar ocupado mais do que de fato está.
Na boa, se você, que como eu, não tem o privilégio da presença da avó por perto ou por livre arbítrio/falta de condição não escolheu uma babá full-time, por mais que você queira dizer o contrário, posso te garantir: você está trabalhando (no sentido laboral, de ad valorem, mais valia) menos! E tudo certo! Não significa dizer que você seja menos produtivo, pois o que fazia em 08 horas entre um café e outro, faz agora em 04 horas (ou não). O problema é que você (e eu – até ontem) continua se auto flagelando pelas inevitáveis pendências que ficarão pro dia seguinte! Meu amigo…parei de sofrer! Liguei o foda-se (mas não perdi o senso de responsabilidade nem a lucidez que fique claro)!
Consegui alguns progressos nesse período, mas ainda assim me cobro como se eu tivesse as mesmas horas disponíveis quatro meses atrás. #sqn! Adicionaria o relato do fera Luciano Santos que me trouxe grande alento e espero que o meu também sirva de alguma reflexão e inspiração pra selecionar alguns tópicos da sua mente pré Burnout e assumir que não rola, esse ano não é prioridade para algumas ações e era isso ou vai fazendo devagarinho quando der! Mas se pré-ocupar demais…no more!
Pra finalizar e consolar o amigo aqui. Tem mais alguém aí que vive situação semelhante?
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